Unidade 2.5 - Ações Com Alunos e Famílias

Unidade 2.5

Parte 1

A formação de pessoas conscientes e responsáveis começa na infância. A adoção de condutas pacíficas, inclusivas e de convívio harmonioso passa pela participação direta dos pais e responsáveis, bem como dos educadores. Para que as escolhas on-line também sejam inspiradas nesses princípios da convivência pacífica, quanto antes iniciarmos o trabalho diretamente com os alunos, maiores nossas chances de sensibilizar para prevenir e enfrentar o Cyberbullying.
Considerando a complexidade do fenômeno do Cyberbullying, temos trabalhado com uma visão mais sistêmica que envolve: PREVENIR - MEDIAR - REPORTAR - ACOMPANHAR

PREVENIR

PREVENIR para ajudar os alunos, e mesmo as famílias, a perceber as diferenças entre brincadeiras e violências. Estimular maior autocrítica sobre as publicações nas redes e evitar consequências mais graves.

MEDIAR

MEDIAR: Antes de denunciar, vale apoiar os envolvidos a buscarem uma resolução pacífica. Uma conversa franca de desculpas, remoção da publicação ofensiva e uma publicação de apoio podem ser alternativas eficientes nos casos mais pontuais. O mesmo vale para as audiências, que devem remover o conteúdo em vez de compartilhá-lo.

REPORTAR

Nos casos graves nos quais não conseguimos atuar na mediação e não há engajamento dos envolvidos, REPORTAR pode ser necessário. A denúncia mais formal de casos de Cyberbullying deve ser feita pelos responsáveis legais dos alunos. As escolas podem ajudar na orientação dos passos a serem tomados tanto pelas vítimas quanto pelos espectadores que querem colaborar na interrupção e denúncias dos casos. Na próxima unidade apresentaremos um tutorial sobre como denunciar as situações mais graves.

ACOMPANHAR

Envolve não apenas monitorar os desdobramentos de casos concretos que foram mediados ou reportados, mas também acompanhar a saúde dos relacionamentos entre os alunos no contexto escolar. O acompanhamento pode ser feito em relação às mudanças repentinas de comportamentos de determinados alunos, um possível sinal de algum tipo de sofrimento emocional.
Ainda que nem sempre estejam diretamente relacionadas a episódios de Cyberbullying, acompanhar as mudanças de comportamento com foco no bem-estar e na saúde emocional dos estudantes é sempre uma boa forma de prevenir e evitar que casos graves se desenvolvam. Os trabalhos de prevenção acabam sendo também uma maneira de realizar o acompanhamento em grupo, dando oportunidade para que os alunos eventualmente relatem incômodos ou desconfortos antes mesmo de se tornarem problemas mais graves.
Como vimos, o trabalho de prevenção pode ser feito em diferentes disciplinas da grade curricular. Um dos recursos mais interessantes para disparar uma discussão sobre o tema são os vídeos com linguagem acessível e direta para os alunos. Sabemos que os alunos nem sempre estão dispostos a fazer uma reflexão crítica, mas vídeos, cartilhas e jogos podem ser bons estímulos.

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Parte 2

Confira as sugestões de vídeos que selecionamos abaixo. Salve em sua lista de vídeos favoritos para que possam ser utilizados em suas próximas ações e projetos de prevenção.

Alerta


Os vídeos selecionados são sugestões que podem ser muito úteis para falar do tema sem tabu e em uma linguagem o mais próxima possível dos alunos. No entanto, alertamos que em alguns vídeos há gírias e palavrões que podem causar desconforto para certos públicos.
A proposta é que você, como educador que efetivamente conhece os seus alunos e os limites de sua escola, selecione os materiais apropriados para cada faixa etária e para cada contexto. Uma vez avaliados positivamente pelos educadores, os materiais podem ser aplicados em atividades apropriadas a idade e cultura dos alunos.
Vídeos sugeridos para trabalhar o tema:

 Vídeo: Preconceito e Intolerância - 1:07

Descrição video: Campanha Internet Sem Vacilo (Unicef / Google / SaferNet). A falsa sensação de impunidade ou de anonimato na rede leva muita gente a dar demonstrações explícitas de preconceito e intolerância, achando que vai ficar por isso mesmo. Não entre nessa, é a maior roubada!
Objetivo: Disparar um diálogo sobre preconceitos e intolerância na Internet, diferenciando-o de brincadeiras e "zoeiras". Valorizar a diversidade de manifestações e estilos de comportamento também no mundo digital.

Vídeo: Campanha Cyberbullying 2017 - 0:30 min

Descrição video: Campanha para alertar sobre o Cyberbullying realizada pela Bandeirantes Televisão para o Ministério Público Federal em São Paulo em cooperação com a SaferNet Brasil em 2017.
Objetivo: Sensibilizar sobre a violência psicológica nas mensagens violentas compartilhadas pelo celular e redes sociais. Divulgação do canal de ajuda on-line para vítimas, espectadores e agressores acessarem quando reconhecerem que estão sofrendo ou participando de Cyberbullying.


 Vídeo: Quando sofri bullying na escola - 10:47min

Descrição video: Vídeo criado pelo canal LUBATV em colaboração com o YouTube Brasil e a Safernet para celebrar o Dia da Internet Segura em 2017. Tem como objetivo mostrar aos usuários dicas de segurança on-line e educá-los em temas relacionados a cidadania digital responsável, apostando em uma linguagem jovial e descontraída. Contém gírias e alguns palavrões.
Objetivo: Relato de experiência de Bullying e Cyberbullying sofrido. Disparar um diálogo sobre preconceitos e intolerância na Internet, sinalizando as consequências danosas que comentários ofensivos provocam nas vítimas.

Vídeo: Cyberbullying: o que fazer se o tema cair na sua redação? - 5:13 min

Descrição video: Vídeo do Canal Descomplica. O Bullying e o Cyberbullying são temas importantes que estiveram em alta no começo do ano de 2017 por causa da série "13 Reasons Why". E se esse tema caísse na redação do ENEM? Você saberia desenvolver as causas, consequências e propor uma solução para o problema no seu texto? Dá o play que a gente te ajuda!
Objetivo: Refletir sobre Cyberbullying como temática de interesse para redações e exercícios de argumentação escrita. Exemplo de inclusão do tema em sintonia com atividades curriculares de disciplinas específicas.

Vídeo: Internet vocabulary: Stalker, Hater e KKK - 4:58 min

Descrição video: Este vídeo do Canal English in Brazil foi feito em colaboração com o YouTube e tem como objetivo educar os usuários sobre temas relacionados a segurança na Internet e cidadania digital responsável. É uma alternativa descontraída para estudar termos em inglês e ainda refletir criticamente sobre o Cyberbullying.
Objetivo: Refletir sobre termos em inglês muito utilizados nos debates sobre Internet. Exemplo de inclusão do tema em sintonia com atividades curriculares de disciplinas específicas.

Vídeo: STALKING, ABUSO E ASSÉDIO VIRTUAL - 7:14 min

Descrição video: Video do Canal da Haru sobre violências que meninas e mulheres sofrem na Internet. A campanha faz parte de um esforço global do YouTube para conscientizar a comunidade sobre a importância de estar seguro na web.
Objetivo: Relato de experiência de assédio virtual sofrido por questões de gênero. Disparar um diálogo sobre preconceitos e intolerância na Internet, sinalizando a necessidade de quebrar o silêncio e denunciar abusos sofridos dentro ou fora dela.

 + Vídeos sobre Bullying (Opcional)

Lista de vídeos criada pelo Youtube para o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas. A mobilização anual ocorre no dia 7 de Abril para pautar o tema em diferentes contextos. Esta lista foi criada pelo YouTube Brasil com vídeos de canais mobilizados em 2017.

 Assistir
Objetivo: Disparar um diálogo sobre Bullying através de canais de YouTube populares entre crianças e pré-adolescentes.
Fonte: AVA - SED/SC


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Parte 3

Além dos vídeos, sugerimos a realização de algumas atividades que podem disparar boas reflexões sobre o tema.

 Sugestões de Atividades


  • Quiz Internet Sem Vacilo

    Quiz da campanha Internet Sem Vacilo (UNICEF - SaferNet e Google). Atividade para fazer com os alunos, especialmente no Fundamental II. Para conhecer o material, faça o quiz você mesmo e descubra qual o seu perfil de usuário. A partir dos resultados é possível debater com a turma as diferenças de comportamento dentro e fora das redes.

  • Role playing – na net, na imprensa e na real!

    Plano de atividade criada pela SaferNet Brasil para refletir sobre as consequências de atitudes e comportamentos agressivos e violentos em ambientes on-line. Uso de notícias para disparar reflexão crítica sobre Cyberbullying com pesquisa e encenação de papéis dos diferentes atores: vítimas, agressores, direção da escola, testemunha e autoridades. Público: Fundamental II e Médio.































É muito simples e interessante refletir sobre o tema a partir de casos reais. A equipe da SaferNet selecionou algumas notícias que podem facilitar o uso do plano de aula sugerido acima. Recomendamos que assista às reportagens abaixo e, em seguida, reorganize o plano de aula. Avalie como seria uma atividade com seus alunos. Aproveite e ajuste a proposta de acordo com suas ideias e reflexões.

 Notícias

Parte 01: Você sabe se seu filho pratica ou é vítima de cyberbullying? (2:12 min)


Parte 2: Me Conta Lá no Quarto: jovem de SP explica como enfrentou bullying (6 min)


Objetivos
Exemplos de notícias para usar na atividade Role playing – na net, na imprensa e na real!
Selecionamos ainda mais alguns recursos de apoio para realização de atividades diretamente com os alunos nas escolas:

 Sugestões de Atividades


  • A Web que Queremos” para Alunos

    Planos de aula. Leia a proposta e tente aplicar com seus alunos. Para debater o tema Cyberbullying, sugerimos a atividade:
    3.2 - Seja você mesmo/a online (pp. 23 a 25)

  • Derrubando o preconceito

    Conteúdo sugerido na plataforma Currículo + da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sobre preconceitos. Pode ajudar a refletir sobre os limites das "zoeiras" e das piadas nos ambientes digitais, destacando os crimes de discriminação.

1. Conhecendo para Prevenir o Bullying e o Cyberbullying
Ler
Descrição:
Cartilha desenvolvida pela Nethics com informações úteis e ilustradas sobre Bullying e Cyberbullying, mostrando dicas de prevenção e reação diante do problema.

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Parte 4

Ações com as famílias

Como educadores, podemos estimular que esse debate aconteça também nas famílias. Os materiais podem ser sugeridos para que os pais compreendam a seriedade desse assunto. Muitas vezes, as crianças não enxergam as proporções de seus atos com a mesma consciência que os adultos. Sua personalidade e sua moral ainda estão em formação. É importante mostrar que Cyberbullying não é uma "brincadeirinha" e pode trazer sérias consequências prejudiciais para todos os envolvidos.
Os pais têm papel fundamental na identificação dos casos envolvendo seus filhos. Ao perceber os sinais de sofrimento emocional das vítimas, os pais podem acolher as queixas sem um julgamento prévio. A criança que sofre Cyberbullying pode se sentir culpada, inferior ou incorporar os julgamentos preconceituosos que recebe dos pares. O apoio emocional dos familiares, educadores e amigos é decisivo para romper o silêncio e dar fim ao ciclo de intimidações. Geralmente a vítima é alguém que pode estar vulnerável por apresentar algo que destoa do grupo, mas não há justificativa nem motivações específicas para a escolha dos alvos.
Situações concretas de Cyberbullying podem trazer questionamentos também para os adultos, sejam pais ou responsáveis pelas crianças, de todos os atores: vítimas, agressores e espectadores. Algumas famílias podem encarar certas ofensas e discriminações como “brincadeira de criança” e não perceber a gravidade do sofrimento emocional que publicações ofensivas ou ameaças pela Internet podem produzir.
Falar de Cyberbullying com as famílias é decisivo, pois muitas desconhecem o fenômeno e podem não compreender as ações de sensibilização realizadas pelas escolas. Informar e orientar os pais fortalece as ações das instituições. A participação dos pais nas campanhas, atividades e projetos de prevenção ao Bullying e Cyberbullying é muito bem-vinda. Esse tema pode constar no regimento escolar, no contrato da matrícula e nos informativos que a escola envia às famílias.
Algumas dicas podem ajudar a sensibilizar os pais para perceberem sinais de Cyberbullying:

Dicas para debater com pais e mães


  • Dialogar com os filhos sobre as relações entre os colegas para avaliar se há equilíbrio e consentimento nas brincadeiras;

  • Intimidações sistemáticas, pressões do grupo ou uso de ameaça para praticar qualquer tipo de atividade precisam ser compreendidos como violência e comunicados abertamente;

  • Se seu filho ou aluno está passando por esse tipo de situação, ofereça apoio e mostre que ele não está sozinho, nem é culpado pelas ofensas que está sofrendo;

  • Os adultos não podem subestimar os relatos de incômodo (das vítimas) ou a banalização de ofensas praticadas pelos filhos (agressores ou testemunhas);

  • Provocações e ofensas na Internet não devem ser respondidas. Ao notar agressões no celular ou nas redes sociais dos filhos, os pais podem gravar todas as mensagens e seguir as orientações para denúncia. Se envolverem diretamente a escola, a coordenação precisa ser notificada e pode ajudar;

  • Quando os pais percebem que os filhos ou colegas de seu filho estão sofrendo agressões pela Internet, é importante encorajar os pais a buscar ajuda e denunciar;

  • O acesso dos filhos à Internet e às redes sociais deve ser negociado dentro de limites, sempre dialogando sobre direitos e deveres. A educação para o respeito vale também no mundo digital;

  • Os pais podem ampliar o debate com os filhos a partir de reportagens que tratam do tema para conhecer a opinião e a postura deles diante de situações concretas.

Vejamos algumas sugestões de filmes relacionados ao Cyberbullying e que podem disparar boas conversas nas famílias. Os pais e educadores precisam assistir antes, para avaliar qual o contexto apropriado para essa conversa.
  • Bullying Virtual (2011) - Classificação Indicativa: 12 anos

  • Cyberbully (2015) - Classificação Indicativa: 16 anos

  • Os Desconectados (2012) - Classificação Indicativa: 16 anos

  • Homens, Mulheres & Filhos (2014) - Classificação Indicativa: 16

  • Bullying - The project Bullying (2011) - Classificação Indicativa: 12 anos

  • Bullying - Provocações Sem Limites (2009) - Classificação Indicativa: 16 anos




Alerta


Está na dúvida sobre a idade mínima sugerida para um filme, uma série ou um jogo a fim de debater com seus filhos ou alunos? Para quem não conhece, vale registrar o site do Ministério da Justiça que agrupa a classificação indicativa de filmes, séries e jogos.
Fonte: AVA - SED/SC.

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Cordialmente: Jorge Schemes