Unidade 1.3 - A internet Como Ambiente Público

Unidade 1.3

Parte 1

As pesquisas e a experiência cotidiana evidenciam a presença da internet na vida dos alunos. Além dos dados da atividade anterior, vale questionar: como e onde os estudantes aprendem a usar a rede? Quais referências utilizam para atividades na internet? A seguir, vejamos um pouco mais sobre a vida digital a partir da voz dos próprios jovens.

 Vídeo: Na voz das jovens... - 6:24 min


Entrevistada: Bruna Mendes, estudante, blogueira e educadora social.

O fato de os alunos usarem por muitas horas a Internet e estarem mais atualizados com as novidades digitais não significa que eles sabem tudo o que precisam para usá-la com segurança e responsabilidade. Por isso é tão importante desmistificar a ideia de que segurança e cidadania na Internet são assunto apenas do professor de “informática”. Em diferentes disciplinas é possível incluir uma reflexão sobre boas escolhas on-line, estimulando que os alunos se questionem e pensem de forma crítica sobre o próprio uso da rede.

 Videoaula: Direitos e Deveres on-line 4:54 min


Educar para uso seguro e consciente não depende de pleno domínio sobre os aspectos técnicos da Internet, mas é muito importante que todos nós tenhamos noções básicas. Quanto mais tivermos noções gerais relacionadas à Internet, melhor poderemos trabalhar as questões de responsabilidade e uso cidadão. Por isso, vale assistir a estes vídeos introdutórios sobre o seu funcionamento.

 Vídeo: Como funciona a Internet 1 (NIC.br) - 5:44 min

Descrição vídeo: Entender o funcionamento básico da Internet é importante para podermos cuidar dela e utilizá-la melhor. Este vídeo feito pelo NIC.br apresenta uma introdução sobre as bases tecnológicas da rede.

Objetivo: Introdução básica sobre o funcionamento da rede Internet, compreendendo sua amplitude para além dos conteúdos que podemos visualizar na Web.

Vídeo: Internet das Coisas (NIC.br) - 7:08 min

Descrição vídeo: Vídeo do Núcleo de Informação do .br (NIC.br) que explica a chamada “Internet das coisas”. Estamos atualmente vivendo o nascimento de uma nova fase na Internet, a Internet das coisas. Nessa fase, a rede passa a interligar vários tipos de objetos e dispositivos inteligentes, que vão interagir entre si e conosco. A Internet e os computadores estão desaparecendo. Estão tão presentes em tudo, que nem reparamos mais neles. Simplesmente esperamos que estejam lá, e os utilizamos sem muito esforço.

Objetivo: Articular as questões mais técnicas com a urgência de uma educação que seja voltada para as questões mais gerais de cidadania. Independentemente do futuro das tecnologias, quanto mais habilitadas nossas crianças e adolescentes estiverem para um uso crítico, ético e responsável, melhor poderemos desfrutar dessas inovações. Se os engenheiros tratam dos aspectos mais técnicos, nós educadores não podemos e devemos tratar da educação para o uso crítico?



Fonte: AVA - SED/SC.

Unidade 1.3

Parte 2

No ritmo cada vez mais acelerado das atividades cotidianas, com ou sem internet, poucas vezes é possível parar e pensar sobre o funcionamento das tecnologias. Além de ter uma breve noção de seu funcionamento, como vimos no vídeo anterior, precisamos também perceber quais são as referências que usamos para nossos comportamentos on-line. Quando comparamos nossos hábitos de compartilhamento, comentário e exposição nas redes com os hábitos nos demais espaços sociais, muita coisa parece estranha. No vídeo a seguir há um bom exemplo desse estranhamento.

 Vídeo: Posso ser seu amigo? - 3:15 min

Descrição vídeo: Vídeo cômico que provoca uma reflexão sobre as diferenças de nossos comportamentos nas redes sociais em comparação aos nossos comportamentos na rua.

Objetivos: Refletir sobre nossos usos das redes sociais: será que consideramos esses espaços digitais como públicos ou privados? Usamos as mesmas referências de cuidado para compartilhar coisas com estranhos na rua e on-line? Será que pensamos nos mesmos direitos e deveres quando interagimos com outras pessoas pela Internet?

Certamente há diferenças entre nossos comportamentos dentro e fora das redes digitais, mas nunca podemos menosprezar a dimensão pública das redes sociais e outros ambientes compartilhados na Internet. Isso não quer dizer que a Internet é sempre mais perigosa ou arriscada. O importante é perceber que, assim como em outros ambiente frequentados por muitas pessoas, nas redes também podemos estar expostos a um conjunto de riscos. 
Por exemplo, a habilidade instrumental que crianças e adolescentes têm de usar os botões do celular ou do tablet não garante que tenham condições de reconhecer os riscos que correm. Da mesma forma que uma criança de 05 anos não conseguirá reconhecer todos os potenciais riscos ao frequentar uma rua movimentada, nem sempre ela perceberá os riscos on-line. 
Na Internet não são apenas os amigos e familiares que podem entrar em contato, sugerir conteúdos ou mesmo ensinar coisas para as crianças e adolescentes. Antes de apresentarmos uma tabela resumo de situações de risco para crianças na Internet, vale destacar a diferença entre risco e dano na rede. 

Risco ≠ Dano

Nem toda situação de risco provoca um dano. Uma criança de 05 anos que vá sozinha de sua casa até a padaria, por exemplo, pode estar numa situação de risco que tem potencial para desencadear danos concretos: ficar perdida, sofrer um assalto, ser violentada ou até ser sequestrada. Estar diante de uma situação de risco não obrigatoriamente quer dizer que se sofrerá o dano. Nesse exemplo ilustrativo, haveria dano caso efetivamente alguma dessas situações se concretizasse. A chance de uma situação de risco se desdobrar em danos concretos depende do grau de mediação / proteção ou acompanhamento dos responsáveis pela criança e do grau de maturidade / habilidade da própria criança para a autoproteção.
 O equilíbrio entre mediação dos adultos e o autocuidado varia de acordo com cada faixa etária e estágio do desenvolvimento, mas a efetiva proteção dependerá sempre de uma capacidade da própria criança saber discernir as situações de risco para evitá-las e/ou pedir ajuda para não sofrer nenhum dano. Os tipos de danos também variam muito. Na Internet, precisamos saber diferenciar as situações de risco potencial dos danos efetivos. Por exemplo, uma publicação imprópria não é obrigatoriamente uma publicação danosa. Os conteúdos impróprios, por exemplo, seriam conteúdos e expressões que soam desrespeitosas para alguns usuários e para outros não, sob o argumento de que as pessoas possuem valores, culturas, credos e pontos de vista diferentes, sendo necessário ponderar a liberdade de expressão de cada um no ambiente de diversidade. Já a publicação danosa seria aquela que causa algum dano ao discriminar e violentar pessoas ou grupos, violando seus direitos fundamentais.



Reconhecer a Internet na dimensão de espaço social também nos ajuda a pensar nessa dimensão de riscos potenciais que precisam ser percebidos.
Com relação aos riscos on-line, um quadro resumo elaborado pela equipe da London School of Economics and Political Science (LSE) no projeto EU Kids Online facilita uma visão geral.
Classificação de riscos on-line (Livingstone et al., 2015)

Fonte do quadro original: Livingstone, Sonia and Mascheroni, Giovanna and Staksrud, Elisabeth (2015). Developing a framework for researching children’s online risks and opportunities in Europe. EU Kids Online, London, UK. Disponível em: http://eprints.lse.ac.uk/64470/ Tradução: SaferNet Brasil, 2017
Vale enfatizar que no quadro acima temos as crianças e adolescentes em diferentes papéis, não apenas como vítimas passivas, mas também como possíveis agressoras de seus pares. Outro aspecto fundamental é reconhecer a diversidade de situações de risco que não se limitam aos casos de violência sexual geralmente enfatizados pela imprensa. Assim como são variadas as oportunidades que o uso da Internet pode gerar, as situações de risco e dano também são diversas.
A escola pode e deve ser uma das fontes de referências para que os alunos tenham melhores condições de reconhecer as situações de risco e evitarem sofrer danos on-line. Assim, poderão maximizar as oportunidades e os benefícios que as tecnologias digitais podem trazer para sua formação intelectual e social. 

Nos próximos módulos trataremos especificamente dos riscos relacionados ao Cyberbullying e à exposição de conteúdos íntimos. Por ora, ficaremos com esse quadro mais geral para destacar o quanto, também na Internet, precisamos pensar no desenvolvimento de um pensamento crítico para que as escolhas sejam feitas de forma consciente e responsável, especialmente quando lembramos o quanto as crianças e adolescentes usam as redes para suas relações interpessoais.

Fonte: AVA - SED/SC




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