Unidade 1.5 - Uso Seguro e Consciente da Internet Como Tema Transversal na Educação

Unidade 1.5

Parte 1

 Videoaula: O uso consciente da internet nos projetos pedagógicos - 7:05 min


Para facilitar a inclusão dessa temática no planejamento das escolas e dos professores, vale revisar algumas diretrizes importantes (bem antes até de o Marco Civil da Internet entrar em vigor) que incluem as questões de cidadania e a apropriação das tecnologias na educação. Certamente você já conhece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996, que estabelece as bases da Educação nacional. Destacamos abaixo alguns trechos que podem ser diretamente relacionados com a educação para boas escolhas no mundo digital, fundamentando suas ações e projetos em torno desse tema.


A educação em direitos humanos, prevista na LDB, também possui alguns itens que estão relacionados às tecnologias de comunicação, conforme descrito no Eixo Mídia e Educação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Vejamos abaixo alguns exemplos de ações programáticas previstas neste Plano e que podem ser relacionadas ao uso seguro e consciente da Internet:

Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNDEH)
Na sociedade do conhecimento e da comunicação de massas em que vivemos, a mídia tornou-se instrumento indispensável do processo educativo. O emprego dos órgãos de comunicação social pode contribuir nos processos pedagógicos, por meio da difusão de conteúdos cívicos e éticos, complementando a educação formal e não formal. Podemos destacar algumas ações programáticas previstas no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos:


10. Incorporar a temática da educação em direitos humanos nos programas de inclusão digital e educação a distância;


12. Apoiar a criação de programas de formação de profissionais da educação e áreas afins, tendo como objetivo desenvolver a capacidade de leitura crítica da mídia na perspectiva dos direitos humanos. (PNDEH, p.45)

Currículo do seu Estado / Município / Instituição

As demandas para atualização dos currículos também podem estar refletidas nas diretrizes de seu Estado ou de seu Município. Faça uma pesquisa nos currículos de referência em sua instituição e avalie como aparecem as tecnologias digitais. Há o devido destaque para as ações em torno do uso responsável, cidadão e seguro da Internet? O mesmo vale para escolas particulares e outras instituições. Como os projetos institucionais estão lidando com este tema? Há um planejamento proativo ou geralmente reação aos casos mais problemáticos? Uma das propostas deste curso é ajudar você a somar com a gestão da sua instituição para consolidar um programa permanente de atividades pedagógicas sobre cidadania e segurança digital.

 Texto para consulta obrigatória

1. Capítulo V - Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos  (pp. 53-56) - 10 min.
Ler

Objetivo: Reflita sobre o papel dos meios de comunicação na formação de nossos alunos em termos de valores e referências. Quais as relações que podemos fazer entre a influência dos meios de comunicação de massa e a Internet? Relacione os trabalhos que já realizou sobre apropriação crítica das mídias com as ações previstas no Plano. Como a Internet pode nos ajudar a ampliar essas ações educativas para a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual dos alunos na perspectiva dos Direitos Humanos?

Unidade 1.5

Parte 2

A mesma conexão pode ser encontrada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação em Direitos Humanos, homologada pelo Conselho Nacional de Educação e pelo Ministério da Educação em 2012 e que compõem as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica na área Diversidade e Inclusão:

 Texto para consulta

1. Capítulo 09 - Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (pp.349-351) - 15 min.
 Ver

Objetivo: Reflita sobre as relações das diretrizes com o atual cenário de uso da Internet pelos alunos.

Diante do que debatemos até agora, ao abordar a Internet como espaço público, nosso desafio é pensar sempre no aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética, o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico aplicados às relações sociais mediadas pelas tecnologias digitais. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (2013) este tema é mencionado com destaque, como podemos observar no comentário abaixo:
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (2013)
“As tecnologias da informação e comunicação constituem uma parte de um contínuo desenvolvimento de tecnologias, a começar pelo giz e os livros, todos podendo apoiar e enriquecer as aprendizagens. Como qualquer ferramenta, devem ser usadas e adaptadas para servir a fins educacionais e como tecnologia assistiva; desenvolvidas de forma a possibilitar que a interatividade virtual se desenvolva de modo mais intenso, inclusive na produção de linguagens. Assim, a infraestrutura tecnológica, como apoio pedagógico às atividades escolares, deve também garantir acesso dos estudantes à biblioteca, ao rádio, à televisão, à internet aberta às possibilidades da convergência digital.” (p.25)

“Organicamente articuladas, a base comum nacional e a parte diversificada são organizadas e geridas de tal modo que também as tecnologias de informação e comunicação perpassem transversalmente a proposta curricular desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, imprimindo direção aos projetos político-pedagógicos.” (p.33)


Unidade 1.5

Parte 3

Por fim, temos também o desafio de educar para a apropriação crítica das tecnologias digitais na pauta da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada com o Ensino Médio em 14 dezembro de 2018. Muitas competências gerais previstas na Base podem ser associadas a essa discussão sobre Direitos e Deveres na Internet:

Competências gerais da BNCC


5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.


8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.


9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.


10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Texto da BNCC homologado em 14 de dezembro 2018 (Introdução, p. 9-10)
 Íntegra BNCC

Unidade 1.5

Parte 4

Sabemos que a leitura das leis pode ser cansativa, especialmente se estivermos pensando em atividades com os alunos. No entanto, como veremos ao longo dos próximos módulos do curso, há diversos caminhos possíveis para incluir o debate sobre cidadania digital no planejamento escolar:
  • Tema transversal nas diferentes disciplinas;
  • Projetos interdisciplinares;
  • Feiras e gincanas com alunos no Dia da Internet Segura;
  • Eventos com convidados externos;
  • Palestras, seminários e reuniões;
  • Inclusão do tema nas aulas de computação;
Trabalhar diretamente com os alunos é possível com o apoio de cartilhas, vídeos e materiais paradidáticos, como a "Cartilha Diálogo Virtual 2.0" e outros recursos de apoio que serão compartilhados durante esse curso.



Outro exemplo prático está no guia “A Web que Queremos”, criado por adolescentes de diferentes países e adaptado ao Brasil pela equipe da SaferNet, com apoio do Google e do CGI.br.

Confira a atividade “Direitos e Deveres na Internet” e veja como pode ser um bom início de conversa sobre uso seguro e boas escolhas na rede.

Sugestões de Atividades

  • Conheça seus direitos e deveres

    Exemplo de atividade para fazer com os alunos sobre Direitos e Deveres na Internet. Atividades 1.1 e 1.3 (4 páginas) do Guia A Web que queremos (15 min).
  • Enquete

    Que tal criar, com os alunos, uma enquete para entender qual é o uso que eles fazem da Internet? Se já respondeu na Unidade 1.2, revise a enquete da SaferNet e pense em como criar uma nova em sua instituição (05 min).
Para além dos dados de pesquisas nacionais e internacionais sobre o uso da Internet, criar enquetes e espaços de diálogo a fim de conhecer a realidade de seus alunos é um ótimo exercício. E aqui novamente a Internet ajuda.

Pontos a considerar em uma enquete:

  1. Equipamento usado (celular, tablet, computadores);
  2. Frequência de uso (será que dá para contar o número de vezes que usam o celular por dia?);
  3. Conteúdos, aplicativos e sites preferidos;
  4. Quais mudanças percebem na vida depois que passaram a ter um celular com Internet?;
  5. O uso da Internet pelo celular interfere no sono? Usam na cama de noite ou de madrugada? E durante as refeições?
Desenvolver uma atividade com os alunos para criar a enquete já permite um rico debate. Além de você poder conhecer melhor as opiniões e preferências dos seus alunos, certamente vai conhecer novos aplicativos, jogos e sites que nem imaginava existirem. Aproveite as ferramentas on-line de enquetes e pesquisas para poder aplicar as perguntas em toda a escola.
A atividade também pode ser aproveitada pelos educadores da área de Matemática em avaliações ou exercícios relacionados à construção de gráficos, tabulação de dados, cálculo de probabilidades e interpretação de tabelas.
O mais importante é poder criar suas próprias atividades. Com base em tudo o que vimos até agora, você pode tanto aplicar essa atividade para promover um debate com seus alunos quanto criar novos recursos que façam mais sentido em sua escola, em diferentes formatos:

  1. Debates em aulas;
  2. Elaboração de redações;
  3. Atividades de tradução de textos em outros idiomas;

Questões disparadoras de debates:

  1. 1. O que é ser gentil e respeitoso com os outros na Internet?

  2. 2. Na sua opinião, existe uma idade mínima para começar a usar a Internet?

  3. 3. As leis valem na Internet? Como você avalia as regras sobre o que é permitido fazer on-line?
Fonte: AVA - SED/SC.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por participar!
Cordialmente: Jorge Schemes